A suspensão da rede social X no Brasil, anteriormente conhecida como Twitter, trouxe à tona um impacto significativo na saúde mental dos usuários. De acordo com uma pesquisa realizada pela Broadminded, da Sherlock Communications, um terço dos usuários brasileiros relatou melhorias em seu bem-estar mental após o bloqueio da plataforma. A decisão de suspender o X foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 30 de agosto, devido ao descumprimento de medidas judiciais pela plataforma.
A pesquisa entrevistou 1.405 pessoas de diversas regiões do país, revelando que 74% dos participantes já haviam reduzido o uso da rede social antes mesmo da suspensão oficial. A plataforma era frequentemente associada a um ambiente tóxico, o que pode ter contribuído para a percepção de melhora na saúde mental entre os usuários.
Apesar das melhorias relatadas, a pesquisa também destacou que 76% dos entrevistados estariam dispostos a retornar à plataforma caso a suspensão fosse revertida. Apenas 15% afirmaram que não voltariam a usar o X. Antes da suspensão, 51% dos entrevistados usavam a rede social com frequência, e após o bloqueio, muitos migraram para alternativas como Threads e BlueSky.
A suspensão também afetou a forma como os usuários acessam notícias. Cerca de 68% dos entrevistados disseram se sentir mais informados quando utilizavam o X. A organização de ativistas digitais Sleeping Giants Brasil repercutiu a pesquisa na rede social BlueSky, questionando seus seguidores sobre suas percepções pessoais após a suspensão.
As respostas dos internautas variaram, mas muitos concordaram que a saúde mental melhorou sem o X. Comentários como “estava um ambiente tóxico demais” e “me sinto saindo de uma relação tóxica” foram comuns. Alguns usuários afirmaram não sentir falta da plataforma, exceto por alguns perfis que não migraram para outras redes.
A pesquisa também investigou a opinião dos internautas sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender o X. Os resultados mostraram que 43% dos entrevistados não concordaram com a ação, enquanto 39% apoiaram a decisão. No entanto, 80% dos participantes acreditam que a plataforma deve respeitar as leis brasileiras, e 70% defendem que o X tem responsabilidade sobre o conteúdo desinformativo disseminado.
A suspensão do X no Brasil continua a gerar debates sobre o papel das redes sociais na saúde mental e na disseminação de informações. Enquanto muitos usuários relatam melhorias em seu bem-estar, a possibilidade de retorno à plataforma ainda é uma questão em aberto para a maioria.