A presença de médicos estrangeiros no Brasil tem se tornado cada vez mais significativa, especialmente no estado de Mato Grosso do Sul, que atualmente conta com 24 profissionais provenientes de outros países atuando na rede pública de saúde. Esses médicos são parte dos programas federais Mais Médicos e Médicos pelo Brasil, os quais têm como objetivo suprir a carência de profissionais nas regiões mais afastadas e com maior necessidade de atendimento médico. Com a participação de médicos de diversas nacionalidades, como cubanos, paraguaios, bolivianos e outros, Mato Grosso do Sul tem conseguido melhorar o acesso à saúde em localidades que enfrentam sérios desafios estruturais e sociais.
Os programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil, que juntos somam 342 profissionais em Mato Grosso do Sul, têm sido fundamentais na estratégia do governo federal para reduzir as desigualdades no acesso à saúde. O Mais Médicos, com 316 profissionais, é um dos pilares dessa iniciativa, focando no atendimento de regiões com grandes dificuldades de acesso a médicos. O programa oferece aos profissionais estrangeiros, como os 12 médicos cubanos e os 6 paraguaios que atuam no estado, a oportunidade de contribuir diretamente para a melhoria da saúde pública, enquanto recebem apoio e capacitação. Já o Médicos pelo Brasil, com 25 profissionais, tem como foco a fixação de médicos em áreas remotas e a formação de novos especialistas para a rede pública de saúde.
Apesar da contribuição valiosa dos médicos estrangeiros para a saúde pública, o estado ainda enfrenta grandes desafios. A escassez de médicos em algumas regiões mais remotas é um problema persistente, com 17 municípios de Mato Grosso do Sul sem profissionais de saúde em seus quadros. Esses dados indicam que, mesmo com a presença de médicos estrangeiros, a distribuição equitativa de médicos pela região ainda precisa ser ajustada. As áreas de maior vulnerabilidade, como os municípios de Caarapó, Coronel Sapucaia e Itaporã, continuam a depender da alocação de médicos por meio dos programas federais para garantir que a população tenha acesso a cuidados médicos de qualidade.
O perfil dos médicos que atuam nos programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil em Mato Grosso do Sul revela um predominante grupo de médicos brasileiros, totalizando 317 profissionais, com uma distribuição significativa entre homens e mulheres. A faixa etária mais comum entre os médicos é de 30 a 34 anos, o que demonstra a presença de uma geração jovem e comprometida com a saúde pública. Além disso, a atuação de 37 profissionais alocados no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) é um reflexo do compromisso em atender as populações indígenas, que frequentemente enfrentam dificuldades em acessar serviços médicos adequados.
A diversidade de nacionalidades entre os médicos estrangeiros em Mato Grosso do Sul, que incluem cubanos, bolivianos, paraguaios, argentinos e outros, representa um dos maiores sucessos dos programas de saúde pública do estado. Esses profissionais têm trazido não apenas suas habilidades médicas, mas também uma rica troca cultural, o que tem contribuído para o fortalecimento da rede pública de saúde. A interação entre médicos brasileiros e estrangeiros também tem sido um fator importante na criação de um ambiente de aprendizado e troca de experiências, o que beneficia tanto os profissionais quanto os pacientes.
Embora os médicos estrangeiros desempenhem um papel crucial na redução da desigualdade no acesso à saúde, o estado de Mato Grosso do Sul ainda enfrenta desafios relacionados à carência de infraestrutura e ao déficit de médicos em regiões mais isoladas. O programa Mais Médicos, por exemplo, já superou a marca de 25 mil profissionais em todo o Brasil, mas a falta de médicos em algumas áreas, especialmente nas zonas rurais e indígenas, é um obstáculo contínuo. Isso torna ainda mais importante a continuidade e a expansão de programas como o Médicos pelo Brasil, que busca fixar profissionais nas regiões mais carentes e incentivar a formação de novos médicos para o sistema público.
A implementação dos programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil tem sido uma resposta direta à falta de médicos em diversas partes do Brasil, mas os desafios estruturais persistem. Apesar dos avanços significativos em Mato Grosso do Sul, a necessidade de mais médicos e melhores condições de trabalho e infraestrutura é uma realidade. Municípios como Japorã e Tacuru, que enfrentam níveis de vulnerabilidade muito alta, ainda necessitam de mais recursos e atenção para que a rede de saúde pública atenda adequadamente à população local.
Em conclusão, a atuação de médicos estrangeiros em Mato Grosso do Sul tem sido essencial para melhorar o acesso à saúde e enfrentar a carência de profissionais médicos em diversas localidades. Os programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil são fundamentais para suprir essas lacunas, mas o estado precisa continuar trabalhando para reduzir a desigualdade na distribuição dos médicos e garantir que todos os cidadãos, independentemente da região em que vivem, possam ter acesso a cuidados médicos de qualidade.
Autor: Quilina Wyor